sábado

Saltos sempre!

Sapatos de SALTOS altos ou baixos

Quero refazer o mesmo caminho
Com sapatos diferentes
Para pisar vingativa
Para fugir de pessoas
Para me aproximar de outras
Para chutar forte e alertar.

Não quero sapato velho
Nem quero um pé cansado
Quero desfilar nas mesmas passarelas
Para um público diferente
As melhores marcas vou usar
E exibir vários modelos

O mundo eu vou correr
Meu rastro eu vou deixar
Vou colocar o pé no chão
Vou pisar forte e firme
Vou machar para frente
Com sapatos diferentes

Viagem aos teus joelhos

Viagem aos teus Joelhos

Observando você cabisbaixo
Desisti de encará-lo
Pus-me a olhar teus joelhos
E como eles são móveis
Estranhas molas das pernas 
Que lembram-me marionetes
Ativas e vivas
Favoráveis a peripécias
E quão importantes são
Para que você ande, corra ou
Simplesmente dobre-se
Às ordens humanas
À vontade de Deus
Em oração,em devoção, em contrição...
Imaginei sobretudo, esses joelhos flexionando-se
Para arrastar teu corpo sobre outro corpo
Duplicando um momento de Amor
Sem horror, sem pudor
Deixando-te de quatro
Contracenando um filme de quinta
E ajoelhados...

Tanto tema para um poema, né Robe Pessoa?

ANJOS EXISTEM

Anjos são guias
protetores do dia
guardadores da pernoite
acompanhantes da noite
cuidadores na madrugada
guiadores na caminhada.

Anjos protegem
atendem,acolhem e regem
compreendem
surpreendem
são ocultos
cultos
cuidam sem avisar
lembram de livrar

Anjos são mensageiros de Deus
não esquecem os seus
dão livramento
salvamento
sem que o veja
realiza o que você deseja
Anjos são guardas
Ele sempre me guarda
Meu anjo da guarda

terça-feira

Robe Pessoa Poesias: EU

Robe Pessoa Poesias: EU

FINGINDO QUE SOMOS SÓS... ATANDO NÓS



Distanciando-se do paraíso
Eram dois comprometidos
Dois metidos
Desprovidos de juízo
Duas metades que iam-se viciando
No silêncio da loucura
Ao sabor do proibido
Numa magia tão pura
Quase sempre madrugada
Num instinto sem censura
Em pontos de exclamação
De dois corpos, mil abraços
Formando nós, criando laços
E não aprendendo a desatá-los

quarta-feira

Robe Pessoa Poesias

Robe Pessoa Poesias
DIA DA POESIA - 14 DE MARÇO

Para fazer poesia
É preciso mentir verdades
Passar fome, despir-se,
Angustiar-se, revoltar-se,
Esvaziar-se fazendo cena 
Olhar de lado sem estar ao lado
Para cutucar o outro lado
O poema é uma denúncia
Sem autoria
Com falsas promessas
De sonho as avessas
Concebido na dor e na saudade
De um anônimo só
Tão só
Que só ganha dono
Quando o poeta morre